27/04/2009
2ª BIENAL DO LIVRO DE GOIÁS
Uma Bienal para todos nós
O Governo de Goiás realiza, de 29 deste mês a 3 de maio, no Centro de Convenções de Goiânia, a 2ª Bienal do Livro de Goiás, com uma expectativa de público de mais de 100 mil pessoas. O evento, coordenado pela Secretaria de Estado da Educação, homenageia o escritor Bariani Ortencio, que terá um espaço reservado à apresentação de suas obras e de sua trajetória. Desta vez, a Bienal do Livro privilegia a produção literária local e tem como foco a criança no seu processo de aprendizado, o jovem nos desafios do mundo moderno e o livro no diálogo com outras linguagens disponíveis ao homem contemporâneo.
Nesta entrevista, a secretária de Estado da Educação, Milca Severino, que participou esta semana, em Brasília, do lançamento da Conferência Nacional de Educação (Conae), fala sobre a Bienal e a sua importância para a educação, no momento em que o país se mobiliza para a grande conferência de 2010 que irá definir o Plano Nacional de Educação para a próxima década. Para Milca Severino, o livro continua sendo a ferramenta mais importante para a Educação, em qualquer lugar do mundo.
DM: Secretária Milca, como será a 2ª Bienal do Livro de Goiás?
Milca Severino: Olha, esta Bienal terá um formato inovador, diferente dos moldes convencionais. Procuramos estabelecer uma interface do livro e da produção literária com os mais diversos espaços e instrumentos de produção, uso e divulgação da literatura e da informação em geral, disponíveis nos dias de hoje. O livro alimenta o teatro, o cinema, o rádio, os jornais e, também, o mundo virtual. O livro é fonte para quase tudo e continua sendo a ferramenta mais importante para a educação. As novas tecnologias de comunicação e informação contribuem para divulgar e valorizar ainda mais o livro.
DM: De que forma isso será mostrado na Bienal?
MS: De várias formas. Convidamos profissionais que se destacam pela atuação em diferentes áreas para falar de educação, de literatura e dos mais variados temas de interesse dos educadores, dos jovens, da população em geral, mostrando uma pluralidade de idéias e manifestações. Programamos oficinas nas diversas linguagens da arte e que terão como base o livro, além de concursos e laboratórios de produção de textos de gêneros literários como a crônica, a opinião e o conto. Apostamos nos diferentes caminhos que o livro aponta e esperamos que o visitante desta 2ª Bienal aproveite a oportunidade de viajar por todos esses caminhos.
DM: Quais os critérios para a escolha dos convidados?
MS: Procuramos contemplar, num evento dessa grandeza, a riqueza da produção literária do nosso estado, tanto na homenagem ao escritor Bariani Ortencio quanto na participação efetiva de todos os escritores goianos. Mas, também, convidamos profissionais que, pelas suas produções, seu trabalho, viessem consolidar a nossa proposta de fazer essa interface do livro com as demais linguagens. Uma dessas pessoas é a escritora Nélida Piñon, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, com vasta produção literária, e que vem falar da arte de contar histórias. Uma arte que retoma a oralidade, o uso da palavra falada, aquela cuja alma não se perdeu, como pensavam muitos diante do surgimento da escrita. Além do mais, a contação de histórias é um importante instrumento para aproximar a criança dos livros, o que contribui para fazer desse pequeno entusiasta um futuro leitor.
DM: O que a Bienal preparou para as crianças?
MS: Esse é o nosso principal foco. Demos uma atenção especial à criança. O espaço Mágica das Letras foi preparado com muito zelo, de forma a propiciar esse encontro da garotada com o livro, e isso é muito importante. Através de oficinas de dança, de teatro, da contação de histórias, de origami, de brinquedo com material reciclado, a criança que entrar na 2ª Bienal encontrará a forma apropriada e, ao seu gosto, poderá escolher como conhecer o mundo do livro. Além desse espaço, as crianças irão encontrar os autores, conversar com eles, saber como é que eles criam seus personagens e muito mais. Haverá ainda uma jornada de contação de histórias no espaço Dois dedos de prosa, reservado aos escritores para o lançamento dos seus livros.
DM: E para os jovens, professora, o que foi programado?
MS: Nessa bienal, procuramos estabelecer um diálogo todo especial com os jovens, atraindo-os por meio de atividades de seu interesse, com músicas, espetáculos variados e oficinas específicas de informática e de análise dos livros para os vestibulares. Nosso jovem vive hoje cercado de influências da televisão, da internet e de tantos outros atrativos. Muito mais que do livro. Por isso, procuramos primeiro chamá-lo à Bienal e, depois, mostrar a ele a importância da leitura tanto para a sua formação quanto para essa vivência interativa no mundo virtual, com a qual se ocupa com tanta facilidade.
DM: Secretária, como as escolas da rede pública vão participar desta Bienal?
MS: As nossas escolas, tanto públicas quanto particulares, são o nosso público alvo. Mas, para as escolas da rede estadual, o Governo de Goiás investiu principalmente no fortalecimento das bibliotecas e dos cantinhos de leitura em todo o estado. Para isso, esta Bienal oferecerá um curso intensivo para os professores dinamizadores de todas as bibliotecas da rede estadual. Serão cinco dias de curso, em que 800 professores vão conhecer todas as linguagens e ferramentas para uma melhor dinâmica nos espaços do livro na escola. Além desses dinamizadores de bibliotecas, outros 300 professores e 3.000 estudantes terão transporte e alimentação garantidos para participarem da Bienal. Priorizamos aqueles que não tiveram oportunidade de visitar a 1ª Bienal e os de escolas de tempo integral.
DM: Como se dará a participação dos escritores goianos nesta Bienal?
MS: Os nossos escritores terão um espaço próprio para o lançamento de suas obras, que é o Dois dedos de prosa. Estão previstos 40 lançamentos de livros, com a presença dos respectivos autores. É um espaço para debates e uma boa conversa entre escritores e leitores. Além disso, outros 20 estandes foram disponibilizados para autores independentes, sem falar nas 27 palestras e mais de 200 oficinas de leitura, análise de obras e produção de textos, muitas delas coordenadas por escritores.
DM: Qual o significado da homenagem ao escritor Bariani Ortencio?
MS: Quisemos celebrar a produção literária do nosso estado. E encontramos no escritor, folclorista e grande pesquisador da cultura goiana, Bariani Ortencio, a pluralidade das linguagens e formas de manifestação dessa produção regional. Bariani Ortencio é uma unanimidade. Isso é incontestável, mesmo entre os demais escritores que também são merecedores de toda a nossa reverência. Como folclorista, soube como ninguém catalogar a riqueza da cozinha goiana, da medicina popular e do linguajar, entre outras manifestações do nosso povo. E, como contista, é reconhecidamente um orgulho para todos nós. Sua obra e sua trajetória estarão expostas no espaço Bariani Ortencio, numa oportunidade primorosa para que nossas crianças, nossos jovens e toda a comunidade possam ver de perto o que fez desse escritor uma expressão genuína da nossa literatura.
DM: O que vem a ser a Bienal em Trânsito?
MS: Olha, a Bienal em Trânsito é um projeto de ampliação e divulgação do evento que será realizado no Centro de Convenções. Consiste na instalação de estandes da Bienal em quatro shoppings da cidade. As pessoas vão encontrar nesses estandes toda a programação da Bienal, além de assistir curtas apresentações artísticas e culturais. Foi uma forma que encontramos de sensibilizar uma parcela significativa da população, chamando-a para a Bienal no Centro de Convenções. Todo o material promocional da Bienal estará disponível nesses locais.